RAFAEL BORDALO PINHEIRO


RAFAEL BORDALO PINHEIRO


JOSÉ-AUGUSTO FRANÇA, Rafael Bordalo Pinheiro, Livraria Bertrand, Lisboa, 1980.

 

 

 

Rafael Bordalo Pinheiro conta entre os maiores criadores artísticos do século XIX português, a par do seu irmão Columbano e de Malhoa, no último quartel de oitocentos. O presente volume, fazendo-lhe justiça e situando-o, enfim, no seu devido lugar, constitui um estudo minucioso sobre a sua obra e a sua época. Desenhador humorístico comparável aos melhores da Europa, ceramista e decorador ao gosto português da época, que tanto nestes domínios o apreciou, Rafael Bordalo foi, nos seus jornais ao longo de mais de trinta anos de abundantíssima produção, o cronista ao mesmo tempo impiedoso e sentimental da sociedade burguesa do nosso país nos variados domínios da politica («A Grande Porca»), dos espectáculos (o teatro e a ópera, que assiduamente frequentava), das artes e das letras – em que contava com grandes amigos e colaboradores, como Guilherme de Azevedo, Ramalho Ortigão, Fialho de Almeida, Eugénio de Castro e João das Chagas, redactores sucessivos d’ O António Maria, do Álbum das Glórias, de Pontos nos ii ou d’A Paródia. A tal ponto os comentários críticos de Rafael Bordalo (e a sua própria pessoa - «Português tal e qual»...) se ajustam à realidade nacional da sua época que esta não pode ser estudada e ainda menos entendida sem se atender aos milhares de páginas que desenhou. Páginas das quais salta, como arquétipo do povo português, a figura do Zé Povinho, vítima ao mesmo tempo ingénua e lúcida do viver nacional, nascida em 1875 e que permanece na nossa consciência colectiva – no seio de uma sociedade mais imóvel do que pode parecer...

José-Augusto França, doutor em Letras e em História pela Universidade de Paris, catedrático da História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, membro do Comité International d’Histoire de l’Art e da Academia das Ciências, de Belas Artes e de História, tem dedicado grande parte da sua obra de historiador e de sociólogo à história cultural e artística de Portugal nos séculos XVIII, XIX e XX (Lisboa Pombalina, 1966, 2ª ed., 1977; A Arte em Portugal no século XIX, 2 Volumes, 1967, 2ª ed., 1981; O Romantismo em Portugal, 1974; A Arte em Portugal no século XX, 1974; Almada Negreiros, o Português sem Mestre, 1974, etc.) – obra enriquecida com o presente volume, num estudo largamente ilustrado com mais de trezentas reproduções, que termina investigações ja iniciadas em Zé Povinho (1975) e Rafael Bordalo Pinheiro, Caricaturista Politico (1976).

 

(Texto de apresentação publicado nas bandas da capa, n/a, 1980).


SUGERIMOS AINDA QUE VEJA
artigos nesta categoria

LA BANDE DESSINEE, HISTOIRE DES HISTOIRES EN IMAGES DE LA PREHISTOIRE A NOS JOURS,
LA BANDE DESSINEE, HISTOIRE DES HISTOIRES EN IMAGES DE LA PREHISTOIRE A NOS JOURS,

GERARD BLANCHARD, La Bande Dessinée, Histoire des histoires en images de la préhistoire à nos jours (ler mais)

FILOSOFIA DA BANDA DESENHADA
FILOSOFIA DA BANDA DESENHADA

ANDRÉ JEAN PARASCHI, Filosofia da Banda Desenhada , Edições Documentário, (ler mais)

A LUZ DO MUNDO - ILUMINURA PORTUGUESA QUINHENTISTA
A LUZ DO MUNDO - ILUMINURA PORTUGUESA QUINHENTISTA

OCEANOS, nº 26, 1996

Sobre a Iluminura e a Ilustração ... porque voltar a pensar nos inícios pode ser uma boa metodo (ler mais)


Inscreva-se na Newsletter

Email:
Confirmação - Escreva o seguinte número: 8137




Envie-nos a sua mensagem

Nome:
Email:

Telefone (opcional mas também importante)
Confirmação - Escreva o seguinte número: 8137

Mensagem